Durante a abertura da AgroLeite 2023, na última terça-feira (8/8), em Castro (PR), o ministro da Agricultura e Pecuária (MAPA), Carlos Fávaro, anunciou a compra de leite em pó pelo Governo Federal a preços de varejo.
A ação emergencial é uma providência para auxiliar os produtores de leite brasileiros a enfrentar a intensa concorrência dos países do Mercosul. Conforme o ministro, o objetivo é ajustar o mercado e assegurar lucratividade às cooperativas e aos produtores.
Exportação de leite em pó
A indústria de laticínios enfrenta desafios como a concorrência dos países do Mercosul que exportam leite em pó de baixo custo para o Brasil, prejudicando os produtores nacionais.
O ministro também destacou que são necessárias ações estruturantes para o setor, como investimento em tecnologia, ciência e gestão. Ele afirmou que o Brasil tem potencial para ser um grande player mundial na produção de leite e que o Mapa está dedicado a fazer isso acontecer .
“Estar aqui vendo a altíssima qualidade das tecnologias para a produção de leite é espetacular. É a certeza de que esse abismo que existe entre os produtores de leite brasileiros precisa ser removido com trabalho, dedicação, com ciência, com investimento para que nós possamos corrigir essa distorção tão grande. E o Brasil que já é campeão na produção de soja, na exportação de soja, algodão, carne bovina, carne suína, vai ser, sim, um grande player mundial na produção de leite e temos que ter dedicação para fazer isso acontecer” finaliza Fávaro.
Apesar do anúncio, FPA diz que medida não é eficaz
Segundo a Agência Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), as causas das altas é a importação do leite em pó de países como Argentina e Uruguai, que têm custos de produção mais baixos e recebem subsídios de seus governos. Com a importação do leite em pó, os produtores rurais brasileiros acabam sendo prejudicados, pois atualmente enfrentam dificuldades para competir com os produtos estrangeiros e têm sua renda reduzida.
Uma das medidas defendidas pela FPA é alterar a tarifa especial do Mercosul, permitindo que os países importem leite em pó sem isenção de impostos. A FPA apoia a criação de um fundo de equalização de preços para o leite que assegure uma compensação justa aos produtores.
O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), afirmou que “o leite é uma atividade estratégica para o desenvolvimento rural e a segurança alimentar do país”. Ele complementou dizendo que a FPA está empenhada para dialogar com o governo e os demais parlamentares para buscar alternativas que beneficiem os produtores e os consumidores de leite.