O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou, nesta quinta-feira (2/2), que a empresa deixará de seguir exclusivamente a política de preços baseada na Paridade de Preços e Importação (PPI) para adotar preços de mercado.
Ele argumenta que a PPI não é uma paridade internacional e que a empresa pode se afastar dela sem se afastar da referência internacional. Segundo ele, a Petrobras busca ser a melhor opção para seus clientes, mas sem depender apenas da PPI como parâmetro.
Prates ainda afirma que a empresa vai praticar preços competitivos de acordo com o mercado em que atua, buscando garantir sua fatia de mercado. Para ele, a PPI pode não ser o melhor preço, pois se refere ao preço do concorrente importador.
Ele enfatizou, também, que a empresa vai defender sua fatia de mercado dentro das regras e da competitividade natural. Prates explicou que o mercado brasileiro é diferente e que a empresa vai fazer a política de preços para seus clientes e que permitir a entrada de concorrentes e praticar preços abstratos para favorecer o concorrente é inadmissível.
Prates diz não fazer sentido obrigar a Petrobras fazer política de preços de concorrentes
O presidente da estatal afirmou que o governo compartilha de sua opinião sobre a política de preços de importação e criticou o governo anterior por obrigar a Petrobras a praticar preços abaixo da paridade internacional para beneficiar os importadores.
Além disso, afirmou ainda que competiria até o último metro cúbico de produto em qualquer lugar do país onde houvesse possibilidade de importação, porque os importadores são seus concorrentes.
Será criado, também, um grupo de trabalho para estudar e dar mais transparência à política de preços que deve ser para todo o Brasil e não apenas para a Petrobras.
Energias renováveis são o futuro
Prates falou ainda do grande potencial energético do Brasil, com cada região apresentando sua vocação, como o pré-sal no Sudeste e a margem equatorial no Norte e Nordeste. Para alcançar a descarbonização, a companhia se concentrará em energias renováveis, especialmente em energia eólica off-shore (no mar).
Com relação à decisão do presidente Lula de fortalecer o setor naval, Prates indicou que a Petrobras poderá fazer encomendas no país, desde que a estrutura dos estaleiros seja adequada e não represente desvantagens para a empresa.