A produção de soja no Brasil alcançou a 150 milhões de toneladas na safra 2022/23, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O número mantém o país como líder mundial no cultivo do grão, seguido pelos Estados Unidos e Argentina.
O resultado vem dos investimentos de pesquisadores e agricultores, desde a década de 1970. Dados da Embrapa Soja mostram que a cultura foi a que mais cresceu no Brasil em 50 anos. De 1973 até 2023, a produção aumentou mais de 1000%, enquanto a área no mesmo período, avançou pouco mais de 400%, o que mostra o aumento de produtividade.

Pesquisas para a produção de soja no Brasil
Produtividade, ou seja, produzir mais soja em menos espaço, que é baseada em ciência e tecnologia de pesquisas desenvolvidas pela Embrapa e outras instituições públicas e privadas, que permitiu que os agricultores adotassem inovações na produção agrícola brasileira.
A Embrapa Soja lidera redes de pesquisa para geração de soluções sustentáveis para incrementar a produção da soja, reduzir os custos de produção, aumentar a renda dos produtores e colaborar com práticas que favoreçam a agricultura de baixo carbono.
“Entendemos que nossa contribuição ao agronegócio da soja coloca a Embrapa como referência mundial no desenvolvimento de tecnologias para a cultura em regiões tropicais”, avalia o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno.
Segundo o Nepomuceno, essas pesquisam permitiram tropicalizar essa cultura, transformando o Brasil de importador do grão, na década de 1970, para se tornar o maior produtor e exportador de soja no mundo.
Atualmente a soja é cultivada em 20 estados e no Distrito Federal, sendo os principais produtores: Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás. Grande parte da produção brasileira é exportada para a Ásia (com destaque para a China) e Europa, entre outras regiões do mundo.

Tropicalização da soja
Até a década de 1980, os plantios comerciais de soja no mundo restringiam-se a regiões de climas temperados e subtropicais, cujas latitudes estavam próximas ou superiores aos 30º. O produtor brasileiro utilizava cultivares importadas dos Estados Unidos que eram adaptadas apenas para a região Sul do Brasil.
“Com as pesquisas da Embrapa Soja, conseguimos romper essa barreira, desenvolvendo variedades adaptadas às condições tropicais com baixas latitudes, permitindo o cultivo da oleaginosa em todo o território brasileiro”, explica o pesquisador Carlos Arrabal Arias.
Segundo o pesquisador, a primeira cultivar genuinamente brasileira foi a Doko, lançada em 1980, para o Brasil Central.
A Embrapa é uma das únicas instituições que desenvolve diferentes plataformas tecnológicas em paralelo: tanto soja convencional com resistência a várias pragas e doenças, quanto soja geneticamente modificada resistente a insetos e herbicidas.
Desde 1976, a Embrapa Soja colocou no mercado aproximadamente 440 cultivares de soja. As cultivares da Embrapa Soja disponíveis no mercado podem ser acessadas aqui.
Atualmente, a Embrapa Soja faz a curadoria de um dos maiores Bancos Ativos de Germoplasma (BAG) de soja do mundo. O BAG brasileiro tem mais de 65 mil acessos (tipos) de soja que guardam a variabilidade genética do grão, garantindo assim uma fonte para a busca de soluções para problemas que afetam a cultura.