Jussara, uma cidade em Goiás na região Noroeste do Estado, foi incluída no Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para a praga Anastrepha grandis, uma espécie de mosca-das-frutas, em cultivos de cucurbitáceas, como melancia, melão e abóbora.
Desta forma, o município goiano torna-se o 17º a receber o status que permite a exportação desses frutos para países que têm restrições quarentenárias com relação à praga.
O reconhecimento foi feito pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (SDA/Mapa), com a publicação da Portaria nº 1.002/2024 no Diário Oficial da União (DOU) de 1º de fevereiro de 2024.
Desde 2006 os municípios goianos têm alcançado o status, que foram implementados primeiramente em Uruana, Carmo do Rio Verde, Itapuranga e Jaraguá, considerados grandes produtores de frutas em Goiás.
Além destes, Rio Verde, Santa Helena, Maurilândia, Cristalina, Ipameri, Goianésia, São Miguel do Araguaia, Edealina, Luziânia, Nova Crixás, Rubiataba e Porangatu também foram reconhecidos com o status.
Produção agrícola de cidade em Goiás
Em 2022, Goiás se destacou como o maior produtor nacional de melancia, alcançando a marca de 239 mil toneladas, conforme revelado pelos últimos dados da Produção Agrícola Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PAM/IBGE).
No cenário internacional, o Estado ocupou a sétima posição entre os maiores exportadores de melancia, registrando a venda de 1.361 toneladas e gerando uma receita de US$106,7 mil em Valor FOB, de acordo com as informações do Agrostat do Mapa para o ano de 2023.
Os principais destinos das exportações de melancia goiana incluem Paraguai, Uruguai e Argentina.
Procedimento técnico
Para que um município seja reconhecido, o produtor interessado precisa conduzir levantamentos fitossanitários em cultivos de cucurbitáceas, de forma contínua e por um período mínimo de seis meses.
Essa atividade deve ser realizada sob a supervisão de um Responsável Técnico (RT) devidamente credenciado pela Agrodefesa. Após completar os seis meses, a Agência elabora um projeto contendo os dados coletados durante o levantamento e o encaminha ao Ministério da Agricultura, solicitando o reconhecimento oficial do novo município no Sistema de Mitigação de Risco (SMR).
Mário Sérgio de Oliveira, Coordenador do Programa de Sistema de Mitigação de Risco para Cucurbitáceas da Agrodefesa, relata que, no caso específico de Jussara, um produtor expressou interesse em aderir ao SMR como uma opção para o manejo de pragas na produção de cucurbitáceas.
O processo teve início em dezembro de 2022, com o levantamento contínuo e delimitação da praga ao longo de seis meses. Posteriormente, o projeto foi elaborado e enviado ao Ministério da Agricultura solicitando o reconhecimento oficial do novo município no SMR.
A Agrodefesa e Mapa também ministram cursos de capacitação para engenheiros agrônomos visando a habilitação para a Certificação Fitossanitária de Origem (CFO) e Certificação Fitossanitária de Origem Consolidada (CFOC) para a praga Anastrepha grandis em cucurbitáceas.