A análise do 12º Boletim do Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta sexta-feira (16/12), aponta que o aumento nos custos de frete e outros insumos provocou a alta de preços e a queda da comercialização das frutas natalinas.
As frutas consumidas tipicamente nas festas de fim de ano, como pêssego, apresentou queda significativa na comercialização, chegando a -16% nas Ceasas, o que não pode ser explicado apenas pela diminuição a produção. Fatores que influenciaram no resultado negativo são a redução da renda da população e nas importações, câmbio desvalorizado e o aumento dos custos dos insumos no exterior.
A ameixa, também muito procurada para as festas natalinas, também enfrenta dificuldades semelhantes às do pêssego, embora a produção interna agregada comercializada nas Ceasas tenha crescido 9%. Neste caso, a importação foi maior que em 2021, porém menor em relação a 2020.
Outra fruta muito consumida nesta época do ano é a cereja, que é importada para o Brasil principalmente de países como a Argentina e o Chile. Entretanto, com a desvalorização do real e absorção da inflação internacional, o produto chegou com preços altos.
O damasco, que tradicionalmente possui alto valor de comercialização, também teve queda nas vendas nos entrepostos atacadistas, chegando a 31% até novembro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Por fim, na contramão das demais frutas, a uva chega ao mercado de atacado e varejo com preços acessíveis, apesar da queda de 7% registrada na comercialização.
Além das frutas natalinas, outras também apresentam alta nos preços
Apesar do aumento dos preços médios ponderados, os preços da banana e do mamão estão mais baixos em alguns mercados. Os preços da banana caíram 10,45% na Ceasa de São José (SC) na Grande Florianópolis e 7,97% em Brasília DF. Porém, na média ponderada de todas as centrais de abastecimento (Ceasa) analisadas, a fruta subiu 5,34%, fechando o período cotada a 3,70 reais/kg.
Já no mamão, os preços caíram 26,54% em Rio Branco (AC) e 11,3% em Goiânia (GO), mas subiram 0,83% na média ponderada, para 5,19 reais/kg. A queda em alguns armazéns se deve principalmente à demanda mais fraca, preços altos na frente e frutas mais baratas aparecendo no mercado após a normalização da oferta após a abertura das estradas.
Quanto às demais frutas, foi observado um aumento geral de preços, em especial para laranja (+4,41%) e melancia (+8,13%).