O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) realizou uma operação que apreendeu, na última semana, aproximadamente 32 toneladas de xarope de açúcar e 25 toneladas de mel. Ambos os produtos estavam sob a suspeita de fraude.
Foram fiscalizados oito estabelecimentos, voltados para a produção de mel, no município de Campestre, em Minas Gerais. O objetivo da ação foi a desarticulação de organizações criminosas que atuavam na adulteração e falsificação de mel.
De acordo com Pedro Bueno, chefe do 5º Serviço de Inspeção de Produtos Agropecuários, “o uso de açúcar líquido invertido em substituição ao mel ou em mistura para fins de aumento de volume do produto é prática irregular e é considerada fraude conforme definição constante do artigo 504 § 2º inciso II do decreto 9.013/17”.
Estima-se que a prática ilegal tenha obtido ganhos entre R$ 26 mil e R$ 28 mil reais por tonelada produzida. O Laboratório Federal de Defesa no Rio Grande do Sul (LFDA/RS) ficará responsável por analisar a razão isotópica de carbono dos produtos suspeitos de fraude. A equipe de operação contou com 16 auditores fiscais federais agropecuários e agentes de inspeção de produtos de origem animal.
Produção de Mel
Como resultado da quebra de sacaroses temos o açúcar líquido (obtido da cana-de-açúcar). O líquido obtido é semelhante ao mel, sendo uma solução a base de glicose e frutose, todavia sem as características nutricionais e funcionais do mel.
De acordo com o Mapa, a Câmara Setorial do Mel trabalha na intensificação do combate às fraudes na produção do produto. Em alerta feito pelo presidente do órgão fiscalizador, José Soares Aragão Brito, o consumidor deve sempre buscar produtos com o selo de certificação de serviço de inspeção federal, estadual ou municipal. Outro ponto de suma importância é ficar atento às informações do rótulo, que deve trazer o número do registro.
Dificilmente o consumidor vai notar a diferença entre o mel verdadeiro e o fraudulento, onde até mesmo o sabor pode enganar. “A olho nu não tem como; ele vai parecer como mel. O sabor também não é fácil de distinguir”, confirma José Soares, que também é presidente da Confederação Brasileira de Apicultura.
*Com informações do Canal Rural