Um levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revela que os preços dos produtos como banana, laranja e melancia estão mais baratos nas centrais de abastecimento do país (Ceasas). O preço caiu pelo segundo mês consecutivo, na comparação com os meses de março e abril, mesmo com a menor oferta do produto no mercado.
De acordo com a Conab, houve uma queda de demanda pela batata, resultando em uma diminuição nos preços. A maior redução foi observada em Santa Catarina, onde os preços caíram 25,1% em relação a março. A expectativa da Conab é de que esse comportamento pode não se repetir em maio.
“No início deste mês, a média dos preços nas Ceasas está acima da praticada em abril”, informou a Conab.

O órgão destaca que pode estar começando um período de entressafra do tubérculo, uma vez que há uma tendência de o pico da safra das águas ter passado, e iniciado, por outro lado, a safra da seca/inverno, que ainda não se apresenta suficiente forte para pressionar as cotações para baixo.
Banana, laranja e melancia

O cenário também apresenta preços menores para a banana, devido ao aumento da oferta da fruta no país, especialmente da variedade nanica, proveniente do Vale do Ribeira em São Paulo, do norte de Minas Gerais e do norte de Santa Catarina.
“Há perspectiva da chegada de boa safra em meados de junho, as cotações devem diminuir ainda mais, tanto para a variedade prata quanto nanica”, detalhou a companhia.
Esse incremento na quantidade do produto também pressionou os preços da banana-prata, segundo a Conab ao descrever como “mais favorável que a batata” as projeções futuras para a banana.
A redução de preços da laranja e da melancia está relacionada à questão climática, uma vez que se costuma observar que a demanda pelas duas frutas costuma cair nos dias de frio, o que acaba por pressionar para baixo as contações.

“Já as demais frutas e hortaliças analisadas no Boletim Prohort ficaram mais caras no último mês. No caso da alface, as chuvas registradas nas regiões produtoras até o meio do mês passado impactaram na oferta da folhosa e elevaram os preços. Para a cenoura, a alta interrompe dois meses de queda nas cotações praticadas. Com o menor envio da raiz a partir de Minas Gerais, principal abastecedor, ocorre a natural pressão de demanda sobre produções de outros estados”, informou a companhia.
Comercialização
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentou um balanço sobre a comercialização de frutas e hortaliças em 2023, abrangendo as 57 Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país. Durante o ano, o setor movimentou 17,4 milhões de toneladas de produtos hortigranjeiros, resultando em um total de R$ 66,7 bilhões comercializados.
“O resultado representa um aumento de 4,73% no quantitativo comercializado e de 9,6% no valor transacionado, em comparação à mesma base de dados de 2022”, destaca.
No entanto, as Ceasas da região Sul foram as únicas a apresentar uma redução tanto no volume comercializado (-4,94%) quanto no valor transacionado (-1%) em relação a 2022. A Conab explicou que essa queda se deve aos efeitos do El Niño na região e ao excesso de chuvas. Em contrapartida, as demais regiões do país registraram aumentos tanto na quantidade comercializada quanto no valor transacionado.