A preservação da parte da Floresta Amazônica está sendo reforçada com abelhas nativas sem ferrão, graças a um projeto liderado pelo Instituto Tecnológico Vale (ITV). O projeto conseguiu aumentar a disponibilidade de colônias para criação, permitindo a multiplicação de ninhos de abelhas nativas. A Biofábrica de Abelhas Indígenas de Carajás, localizada no Pará, abriga 110 espécies de abelhas nativas, das 244 já catalogadas no Brasil.
As abelhas nativas são fundamentais para a produção de alimentos na região amazônica, uma vez que promovem a polinização de plantas importantes, como açaí, guaraná e castanha do Pará. Além disso, elas também provocaram a polinização de diversas culturas agrícolas.
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O conjunto de colônias indígenas é composto por espécies locais selecionadas principalmente para a produção de mel e polinização, além de produtos com potencial para geração de renda, como a própolis. As colônias estão instaladas em meliponários no BioParque Vale Amazônia e no viveiro de mudas da Vale, que ocupam uma área com mais de 30 hectares de floresta nativa.
Luciano Costa, pesquisador do Instituto Tecnológico Vale (ITV), informou que um guia foi desenvolvido para ajudar na identificação e localização das colônias de abelhas nativas na região. Esse catálogo contém fotos das entradas das colônias e imagens das operárias de 41 espécies encontradas na área, além de cursos online sobre o manejo e resgate dessas abelhas.
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Biofábrica de abelhas
O mel produzido pelas abelhas nativas possui um valor de mercado muito mais elevado do que o mel tradicional, podendo chegar a ser até dez vezes maior, dependendo da espécie. Na região sudeste do Pará, a extração de mel é uma atividade econômica importante que gera renda para pequenos produtores em municípios como Parauapebas, Canaã e Curionópolis.
A criação de abelhas sem ferrão, conhecida como meliponicultura, é uma atividade sustentável que ajuda na preservação das espécies vegetais e no equilíbrio biológico em diversos biomas brasileiros.
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Estudos
De acordo com pesquisas realizadas em parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), as abelhas nativas são os principais polinizadores do açaí (Euterpe oleracea).
Esses estudos mostram que elas são responsáveis por cerca de 60% do trabalho de polinização nas flores da palmeira e são mais eficientes no transporte do pólen do que outros insetos, o que tem um impacto significativo na cadeia produtiva do açaí.
As pesquisas foram conduzidas em áreas naturais onde ocorre o açaí, tanto em várzea quanto em terra firme, e também em áreas com diferentes níveis de manejo, incluindo plantações em monocultivo de larga escala. Durante os estudos, foram coletadas mais de 200 espécies de insetos (como besouros, moscas, formigas e outros grupos) que também são importantes na polinização das flores da palmeira.
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