A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) contestou, nesta sexta-feira (15), as acusações feitas pelo governo dos Estados Unidos de que o Brasil adota práticas desleais no comércio internacional.
Em manifestação enviada ao escritório do representante comercial norte-americano (USTR, na sigla em inglês), a entidade afirmou que as políticas brasileiras seguem as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e não configuram tratamento discriminatório contra produtos americanos.
Declaração da CNA

A apuração foi aberta pelo USTR com base na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA, que permite a investigação e eventual aplicação de sanções unilaterais. Washington listou seis pontos de interesse, incluindo tarifas preferenciais, acesso ao mercado de etanol e desmatamento ilegal, temas que receberam resposta formal da CNA.
A diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, ressaltou que o agronegócio brasileiro é um dos pilares do comércio global e destacou a competitividade do setor.
“O agronegócio brasileiro está intrinsicamente ligado ao mercado internacional, seja comprando insumos ou vendendo sua produção. O Brasil se tornou um grande exportador agrícola por ser altamente produtivo e competitivo. Confiamos que a investigação americana comprovará o compromisso do agro e de toda a economia brasileira com um comércio internacional justo e baseado em regras claras”, afirmou.
No documento entregue aos EUA, a CNA apresentou uma série de argumentos, como:
- A rede de acordos preferenciais do Brasil é limitada, compatível com a OMC e representa apenas 1,9% das importações do país;
- A tarifa de 18% aplicada ao etanol americano é inferior à cobrada de parceiros do Mercosul, e o programa RenovaBio está aberto a produtores estrangeiros;
- O Brasil dispõe de legislação ambiental robusta e sistemas de monitoramento capazes de rastrear a produção e combater o desmatamento ilegal.
Atualmente, os EUA ocupam a terceira posição entre os principais mercados do agronegócio brasileiro, atrás apenas da China e da União Europeia.
