O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,4% em 2023, que permanece inalterado em relação à projeção anterior, divulgada em dezembro de 2022.
Os dados divulgados nesta sexta-feira (31/03) refletem uma projeção de recuperação gradual da economia ao longo do ano, com um crescimento esperado do PIB de 2% em 2024.
Com relação aos componentes do PIB para 2023, espera-se um aumento de 0,6% no setor de serviços e 0,4% na indústria. A agropecuária deve crescer 11,6%, contribuindo para o desempenho projetado.
Já a demanda das famílias e a formação bruta de capital fixo (FBCF) devem ter um desempenho moderadamente positivo, com avanços de 1,2% e 1,5%, respectivamente. Além disso, as expectativas para as exportações e importações no PIB de 2023 indicam um aumento de 2,7% e 1,3%, respectivamente.
No início deste ano, as perspectivas de crescimento de importantes economias mundiais melhoraram em comparação ao que se esperava no final de 2022. No entanto, a quebra de bancos regionais nos Estados Unidos e as dificuldades nos bancos europeus levantaram um alerta.
Apesar disso, o problema foi resolvido e não impediu que os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa continuassem aumentando suas taxas básicas de juros.
Crescimento do PIB para 2024 terá enfase na indústria, aponta projeção
A composição do crescimento projetado de 2% do PIB em 2024 será bastante diferente da considerada para 2023, com ênfase no avanço mais robusto da indústria (+2,2%) e dos serviços (+1,9%), e uma expansão mais modesta da agropecuária (+1,0%).
Em relação à demanda, os investimentos serão o destaque no próximo ano (previsão de +2,5%) e haverá um crescimento mais forte do consumo das famílias (+2,0%).
O Ipea prevê continuidade na acomodação da atividade econômica em janeiro de 2023, dada a desaceleração disseminada nos indicadores setoriais desde o último trimestre de 2022.
Há, ainda, aumento nos níveis de incerteza, e o setor de serviços deve sofrer recuo na margem (-0,6%), embora conte com a contribuição positiva do segmento “serviços prestados às famílias”. O comércio deve apresentar avanço nas vendas, mesmo com a piora na condição financeira das famílias.