Os preços do frete rodoviário de grãos aumentaram nas principais rotas do Brasil, com exceção do Paraná, que teve uma demanda por transporte negativa. Os preços do serviço foram influenciados, principalmente, pelo avanço da colheita do milho segunda safra.
Os dados são do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (22), que acompanha os valores praticados no mercado para contratação dos serviços de frete rodoviário e possíveis causas que impactam nos preços.
Segundo o Índice de Frete Edenred Repom (IFR), o preço médio do frete de produtos em geral, por quilômetro rodado, fechou o mês de julho a R$ 6,33, com aumento de 0,31% na comparação com o mês anterior.
Custos com transporte para o agro no Brasil
Centro-Oeste
Em julho, os preços com transporte de grãos no Centro-Oeste com origem no Distrito Federal, registraram variações positivas com relação ao mês anterior em todas as praças pesquisadas, com destaque para as rotas de Osvaldo Cruz, em São Paulo, e Imbituba, em Santa Catarina.
As altas nas cotações foram motivadas sobretudo pela maior demanda por frete, principalmente de milho. Em Mato Grosso, as remoções agrícolas em julho apresentaram variações discretas em relação ao mês anterior na maioria das praças acompanhadas. Com a colheita da segunda safra do cereal com quase 70% da área, as remoções direcionadas ao mercado interno tiveram papel importante no período.
As cotações a partir de Mato Grosso do Sul também ficaram mais caras em julho por conta da colheita do milho segunda safra, necessidade de abertura de espaço nos armazéns e demanda por soja aquecida.
Já em Goiás, a demanda pelo serviço de transporte de grãos na região de Rio Verde, foi relativamente baixa, principalmente em razão das chuvas na região dos portos da Baixada Santista, que atrapalhou os carregamentos.
Nordeste
No Maranhão, Região Nordeste, a alta no preço do diesel em julho também pode ter influenciado no aumento de preços do transporte, aliada a oferta de fretes para sorgo e milheto em outros estados.
Na Bahia, o transporte de grãos e fertilizantes foi intenso em julho, com altas nos preços para a remoção e no volume transportado, em relação ao mês anterior.
No Piauí, o mercado de fretes continuou aquecido durante julho, com registro de forte demanda por transporte e impacto nos preços das principais rotas de movimentação de cargas do agro no estado. Na média, o aumento nos valores ficou em cerca de 11% em comparação ao mês passado.
Sudeste
Em Minas Gerais, no Sudeste do país, a exportação do agro cresce a cada mês, mesmo mantendo armazenado um grande volume de soja sem comercialização. Muitos produtores aguardam a melhoria nas cotações para incrementar o volume de vendas.
Essa espera fará com que o setor siga aquecido ao longo de todo o segundo semestre podendo, inclusive, ser reforçado pelo aporte de embarques de milho, cuja comercialização e volume exportado em relação ao ano passado não ultrapassam 50% da produção.
Já em São Paulo, o mercado de fretes continuou aquecido durante julho, com a maioria das praças apresentando fortes altas, enquanto cinco praças apresentaram leve queda. Esse aumento se deve ao incremento na demanda, puxada pelo transporte de milho e arroz, além do aquecimento na indústria da construção civil.
Sul
Já no Sul, o comportamento não seguiu a tendência nacional. No Paraná, os fretes para os grãos, em julho, tiveram variação negativa em todas as praças pesquisadas, com exceção de Ponta Grossa, que teve incremento.