Os meteorologistas indicam a formação do fênomeno climático El Niño e o fortalecimento das suas características entre o fim do outono e o inverno no Brasil. Os dados são do Centro de Previsão Climática da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
No Brasil, em anos de El Niño, uma corrente de ventos que sopra do oeste para leste, se intensifica bloqueando as frentes frias sobre a Região Sul do país e causando excessos de chuva nos meses de inverno e primavera.
No Norte e Nordeste, há uma diminuição das chuvas nos meses de outono e verão, enquanto no Sudeste e Centro-Oeste, não existem efeitos característicos das chuvas.

El Niño
O El Niño é um fenômeno climático que se caracteriza pelo aquecimento anormal da superfície do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador, alterando as temperaturas do mar, o que provoca mudanças na circulação atmosférica e com isso, afeta a distribuição de chuvas e outras alterações no clima.
Normalmente, o El Niño começa a se formar no segundo semestre do ano. No período de atuação do fenômeno climático, as águas ficam pelo menos, 0,5°C acima da média por um longo período de tempo, variando entre seis meses a dois anos.
Tais mudanças, podem provocar condições de seca ou excesso de chuvas em diferentes regiões do planeta, em áreas que em épocas normais não passam por esse tipo de cenário. No Brasil, o El Niño aumenta o risco de seca na faixa norte das regiões Norte e Nordeste e de grandes volumes de chuva no Sul do país.

Impactos do El Niño
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na região Norte do país, a previsão climática indica predomínio de chuvas abaixo da média climatológica em grande parte da região entre os meses de junho e agosto, mas os níveis de água do solo devem se manter em 80% neste mês.
No Nordeste, também são previstas chuvas abaixo da média em quase toda a região. O MATOPIBA (áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), deve ter redução das chuvas nos próximos meses, com queda dos níveis de água no solo para 40%, o que pode impactar as culturas de segunda safra.
Para o Centro-Oeste o período seco predomina até agosto, com precipitação na média ou abaixo da média, com temperaturas altas. Há previsão de redução para 40% do armazenamento hídrico, com a diminuição das chuvas, o que pode afetar as culturas agrícolas de segunda safra e de inverno.
São previstas chuvas abaixo da média histórica em quase toda a região Sudeste. Assim como no Centro-Oeste, haverá redução das chuvas durante o inverno, temperatura alta e redução dos níveis de água no solo, chegando a 40% a 50%.
Com a influência do El Niño, de junho a agosto, há possibilidade de chuvas acima de 400 mm no trimestre, principalmente naparte central da Região Sul, com níveis de água no solo continuando elevados, com valores superiores a 80%, podendo beneficiar os cultivos de inverno e as fases finais dos cultivos de segunda safra.
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