A Petrobras anunciou redução de 41% nas emissões de CO2, o gás carbônico, no período de 2015 a 2023. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) e consta na recente edição do Caderno do Clima.
O CO2 que também é chamado dióxido de carbono, é um dos principais gases causadores do efeito estufa. No Caderno do Clima divulgado no ano passado, a redução das emissões absolutas operacionais alcançou 39% entre os anos de 2015 a 2022.
Redução nas emissões de gás Carbônico
De acordo com a avaliação do diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, Maurício Tolmasquim, o cenário é um “resultado excepcional”. Ele ainda afirmou que o resultado significa que a Petrobras produziu a mesma quantidade de gás e petróleo, emitindo menos CO2, mesmo com novas plataformas que entraram em operação em 2023.
“Isso é relevante porque apesar de o CO2 ser mais abundante, o metano tem maior impacto sobre o aquecimento global. Para ter uma ideia, no período de 10 anos, uma molécula de metano tem um poder de aquecimento 25 vezes maior que o de CO2. Então, você reduzir o metano tem um benefício para o clima bastante importante”.
A publicação ressalta anda que na área de exploração e produção (EP) de petróleo, a companhia atingiu a menor intensidade de emissão que é a relação de quanto se emite por barril de petróleo. A intensidade de emissão foi de 14,2 quilos de CO2 por barril. A média mundial é em torno de 18 quilogramas.
Outro tema que também foi comentado pelo diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, foi a resiliência do planejamento da expansão de petróleo com o objetivo de adaptar o planejamento diante do cenário mundial.
De acordo com Tolmasquim, a Petrobras tem que se preparar para esse mundo com demanda menor. Ele ainda ressaltou que com esse cenário, o aquecimento global chegaria a 1,7 °C próximo à meta ideal de 1,5°C.
“A gente não vai fazer investimentos de que vai se arrepender no futuro. O que a gente está fazendo são investimentos em que há confiança de que serão rentáveis, mesmo em um mundo que demanda menos petróleo”, disse.
Diversificação de produtos
Com base em Tolmasquim, para reduzir a pegada de carbono, a empresa está diversificando o portfólio de produtos que emitem menos gases de efeito estufa. Para isso, o Plano Estratégico 2024/2028 prevê investimentos da ordem de US$ 11,5 bilhões, dos quais US$ 5,5 bilhões destinados para investimentos em fontes renováveis, ou energias de baixo carbono.
A companhia também está estudando as áreas de captura e armazenamento de carbono, de hidrogênio verde e de eólicas ‘offshore’ (no mar). Já com relação ao hidrogênio, o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade alegou que a empresa consome e produz a maior quantidade de hidrogênio cinza do país, produzido a partir de gás natural.
Estudos ainda indicam que em 2030 o hidrogênio verde feito a partir de renováveis, pode ser mais competitivo que o cinza e que o Brasil poderá ser um dos países do mundo com menor custo para o hidrogênio verde.
“Isso abre um potencial enorme para a Petrobras não só produzir para a sua própria atividade, mas para outras atividades que são difíceis de eletrificar, como siderurgia, cimento, petroquímica, fertilizantes. É é o que a Petrobras sabe fazer. Está dentro do seu business”, destacou.
Dentre as conquistas, o diretor também destacou sobre a captura e armazenamento de CO2. Recentemente a companhia descobriu que ao longo da costa brasileira, existem reservatórios salinos que podem armazenar quantidades gigantescas de CO2.
“A gente pode reinjetar os reservatórios salinos próximos à costa, o que permite capturar o CO2 das refinarias, descarbonizar as refinarias ainda mais, mas não apenas isso. A gente pode vender serviços para outras empresas, capturando CO2 delas”, destacou o diretor.