O Brasil alcançou 234,4 milhões de cabeças de bovinos em 2022, alta de 4,3% em relação ao ano anterior, estabelecendo recorde do rebanho desde o começo da Pesquisa Produção da Pecuária Municipal (PPM),do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 1974.
A pesquisa englobou os efetivos da pecuária dos municípios, dados da produção de origem animal e o valor referentes a 2022. O rebanho bovino do país cresceu inclusive pelo quarto ano consecutivo.
Rebanho bovino brasileiro
O rebanho bovino aumentou em todas as Grandes Regiões brasileiras em 2022. Mato Grosso lidera o rebanho bovino por estado com 34,2 milhões de cabeças, representando 14,6% do total nacional. Em seguida veio o Estado do Pará com 10,6%, ultrapassando Goiás que ficou com 10,4% do efetivo. No ranking municipal, São Félix do Xingu (PA) é líder com 2,5 milhões de cabeças.
“A produção de bovinos vem aumentando, desde 2019, devido aos bons preços da arroba e do bezerro vivo. Houve um processo de retenção de fêmeas para reprodução, devido aos preços mais atrativos. Ainda temos em 2022, uma consequência desse comportamento iniciado no final de 2019. Mas a expectativa é de que a alta dos preços tenha se encerrado em 2022, quando observamos, também, aumento no abate de fêmeas”, aponta Mariana Oliveira, analista da pesquisa do IBGE.
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Produção de leite
A produção de leite brasileira foi estimada em 34,6 bilhões de litros em 2022, recuo de 1,6%. A alta dos custos e a redução das margens têm desestimulado a produção.
O número de vacas ordenhadas caiu 1% e representou 6,7% do efetivo total de bovinos em 2022, o que pode indicar baixo investimento na produção de leite, em que produtores estão migrando ou arrendando terras para a produção de grãos, como a soja, estimulados pelas altas nos preços dos grãos nos últimos anos.
Os estados do Sul mantiveram a liderança com participação de 33,8%, seguido de perto pelo Sudeste com 33,6%. Minas Gerais é o maior estado produtor, com 27,1% do total ou 9,4 bilhões de litros.
Entre os municípios, a liderança permanece de Castro (PR), com 426,6 milhões de litros. Carambeí (PR) ficou em segundo lugar, com 255,6 milhões de litros.