O estado do Paraná decretou a prorrogação do estado de emergência zoossanitária por um período adicional de 180 dias.
O principal objetivo dessa medida é manter as ações de prevenção e controle da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) e facilitar o acesso a recursos para combater a doença.
A medida, formalizada pelo Decreto 6811, está em conformidade com a Portaria n.º 587 de 22 de maio de 2023 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e com o Decreto n.º 2893 de 25 de julho de 2024 da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
O estado de emergência zoossanitária no Paraná foi inicialmente decretado em 25 de julho de 2023 e prorrogado pela primeira vez em 25 de janeiro de 2024. Em maio deste ano, o Mapa também estendeu a vigência do estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional por 180 dias.
Importância da prorrogação
“Essa medida é de extrema importância, pois a prorrogação do estado de emergência zoossanitária permite agir de maneira ágil e mais eficaz em caso de detecção da gripe aviária”, afirma o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins.
Para o chefe do Departamento de Saúde Animal (DESA) da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, a extensão da emergência zoossanitária ajuda a manter o status do Brasil perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
“A emergência sanitária permite ao governo mobilizar recursos financeiros e logísticos de forma mais eficiente para combater a doença. Isso inclui a articulação entre diferentes níveis de governo e organizações não governamentais para implementar medidas de controle e erradicação”, explica Dias.
Dias ainda aponta que o decreto é crucial para manter a confiança dos mercados internacionais na segurança dos produtos avícolas brasileiros.
“Manter o status de país livre de gripe aviária é importante para as exportações e para a reputação internacional do Brasil em termos de segurança sanitária”, ressalta.
Influenza Aviária: riscos e prevenção
A influenza aviária é uma doença com distribuição global e ciclos pandêmicos ao longo dos anos, trazendo sérias consequências para o comércio internacional de produtos avícolas.
No ano passado, a doença foi detectada pela primeira vez em território brasileiro em aves silvestres, sem afetar a condição do Brasil como país livre da doença para fins comerciais.
“A influenza aviária é altamente contagiosa entre aves. A presença de influenza aviária pode levar à perda de mercados internacionais e à destruição de aves infectadas, resultando em grandes prejuízos econômicos”, explica Dias.
Vigilância
Em 2024, a Adapar promoveu um ciclo de ações de vigilância ativa em aves, conforme o Plano Nacional de Vigilância para Influenza Aviária e Doença de Newcastle do Mapa.
Foram coletadas 7.229 amostras de soros e suabes de traqueia e cloaca de aves em 448 propriedades. Desse total, 5.745 amostras foram de 350 propriedades comerciais e 1.484 amostras de 98 propriedades de subsistência.
Essas ações fortaleceram a prevenção de doenças em aves no estado, ao disseminar informações e práticas relacionadas à prevenção de doenças e encorajar a participação ativa da comunidade na promoção da saúde e na implementação de práticas sanitárias.
Pauline Sperka de Souza, Coordenadora Estadual de Sanidade Avícola da Adapar, destaca que os ciclos de vigilância ativa são uma importante ferramenta para comprovar a ausência das doenças na avicultura industrial e de subsistência.
VBP do Paraná
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná somou R$ 197,8 bilhões em 2023, conforme análise preliminar publicada em junho pela Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Esse valor representa um crescimento nominal de 3% em relação ao VBP de 2022 (R$ 191,2 bilhões). Considerando a inflação do período, o crescimento foi de 11%.
A produção pecuária liderou a formação do VBP pelo segundo ano consecutivo, representando 49% do valor gerado nas propriedades rurais do Paraná em 2023, com R$ 96,5 bilhões.
O setor da avicultura, incluindo produção de frango de corte, recria, ovos férteis e ovos para consumo, foi o mais expressivo no segmento da pecuária, gerando mais de R$ 44,7 bilhões nas propriedades rurais no ano passado.
Produção de frangos
No primeiro trimestre de 2024, o Paraná manteve a liderança nacional na produção de carne de frango, abatendo 3,83 milhões de cabeças a mais entre janeiro e março de 2024 em comparação ao mesmo período do ano passado, alcançando 550,7 milhões de cabeças, uma alta de 0,7%.
Esse desempenho foi superado apenas por Santa Catarina, que registrou um aumento de 7,13 milhões de unidades.
Com isso, o Paraná alcançou um novo recorde entre todos os trimestres da série histórica analisada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), respondendo por 34,6% da produção nacional, à frente de Santa Catarina (13,6%) e Rio Grande do Sul (11,9%).
Em todo o país, houve uma queda de 1,2% nos abates de frango entre os primeiros trimestres de 2023 e 2024, passando de 1,61 bilhão para 1,59 bilhão de cabeças.