Três casos suspeitos de doença de Newcastle (DNC) foram descartados após análises do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP) confirmarem resultados negativos para o vírus neste sábado (20).
As amostras, coletadas na sexta-feira (19) em três propriedades suspeitas na zona de proteção estabelecida para DNC, foram analisadas pela equipe de vigilância e defesa sanitária animal do Rio Grande do Sul junto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou o esforço conjunto do Governo – Casa Civil, Ministério da Defesa e Força Aérea Brasileira (FAB) – para agilizar a análise.
“Em um esforço conjunto as amostras foram transportadas para o LFDA-SP, que processou em tempo recorde as análises de RT-PCR, descartando a possibilidade de novas ocorrências de foco neste momento”, disse.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), os resultados negativos são um indicativo positivo de que o evento sanitário está contido, importante para a rápida resolução da situação e reforço da robustez do sistema de defesa agropecuária do Brasil.
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De acordo com o Plano Nacional de Contingência para DNC, estão sendo instaladas barreiras sanitárias na região do Vale do Taquari para controlar a movimentação e evitar a entrada e passagem de aves na área do foco.
As investigações epidemiológicas continuam na zona de vigilância de proteção e em todo o Rio Grande do Sul.
Doença de Newcastle
A doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que atinge aves domésticas e silvestres, caracterizada por sinais respiratórios que podem ser seguidos por sintomas nervosos, diarreia e edema na cabeça dos animais.
Causada por um vírus do grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), virulento em aves de produção comercial, a DNC é de notificação obrigatória à OMSA. Os últimos casos confirmados no Brasil ocorreram em 2006, afetando aves de subsistência nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Com o foco de DNC confirmado em um estabelecimento de produção avícola comercial no município de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, o Mapa suspendeu a certificação para exportações de carnes de aves e seus produtos para 44 países.
As suspensões variam conforme a área ou região afetada, podendo incluir uma suspensão de pelo menos 21 dias para todo o território nacional ou uma restrição em um raio de 50 km do foco identificado.
Entre os produtos afetados estão carnes frescas, resfriadas ou congeladas de aves, ovos e ovoprodutos, carnes e produtos cárneos de aves, miúdos, farinha de aves, suínos e ruminantes, cabeças e pés, gorduras de aves, embutidos cozidos, curados e salgados, produtos cárneos processados e termoprocessados, além de matéria-prima e produtos para alimentação animal.
Para o estado do Rio Grande do Sul, ficam restritas as exportações para África do Sul, Albânia, Arábia Saudita, Bolívia, Cazaquistão, Chile, Cuba, Egito, Filipinas, Geórgia, Hong Kong, Índia, Jordânia, Kosovo, Macedônia, Mianmar, Montenegro, Paraguai, Polinésia Francesa, Peru, Reino Unido, República Dominicana, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan, Ucrânia, União Europeia, União Econômica Euroasiática, Uruguai, Vanuatu e Vietnã.