Para a pecuária de corte nacional, o ano de 2024 fica marcado por recordes de abate, de produção, de oferta interna e de exportação.
Entretanto, o mercado passou por fortes oscilações nos preços, é o que aponta o levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), divulgado nesta sexta-feira (27).
Pecuária de corte brasileira atinge recordes
Durante todo o primeiro semestre de 2024, os valores do boi gordo apresentaram movimento de baixa; e, no começo de junho, o Indicador CEPEA/B3 no estado de São Paulo, que é referência fechou a R$ 215,30, a mínima do ano.
Naquele período, as pastagens estavam ruins, e muitos pecuaristas aumentaram suas vendas, inclusive de fêmeas, para diminuir custos e limitar a perda de peso.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o número de animais abatidos no primeiro semestre aumentou 21,2% sobre igual período de 2023.
Enquanto isso, as exportações iam bem, em torno de 250 mil toneladas por mês. Era um momento muito bom para os frigoríficos e muito difícil para os pecuaristas.
Em agosto, a situação dos produtores começa a mudar. Frigoríficos passaram a demandar de forma intensa novos lotes de animais para abate, ofertando preços maiores a cada dia. Esse contexto resultou em uma disparada no valor da arroba, o que puxou também os valores da reposição.
Além da melhora na oferta de animais terminados e avanços nas escalas de abates nos frigoríficos, destaca-se o elevado patamar de preços da carne bovina, que prejudicaram a competitividade do produto e as vendas no mercado doméstico, além da dificuldade de repasse para a carne no mercado internacional.
Carne
No caso da carne, a demanda interna se aqueceu, e a exportação seguia intensa – o dólar valorizado estimulava as vendas externas. Até novembro, os embarques brasileiros de carne bovina somavam 2,65 milhões de toneladas (in natura e processada), superando em 28,7% o volume de igual período de 2023 e renovando o recorde.
Na última semana de novembro, no entanto, frigoríficos recuaram das compras de boi e os valores passaram a cair com força no mercado nacional. Na primeira quinzena de dezembro, a desvalorização do boi gordo já era de 11%.