Os ministros da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, defenderam, nesta quinta-feira (4/5), durante um encontro da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), a retomada do programa de reforma agrária no país.
No entanto, os ministros também criticaram as invasões de terra promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O que disseram os ministros sobre reforma agrária e invasões de terra na CRA
Carlos Fávaro, titular do Mapa, afirmou que é papel do Estado promover a reforma agrária para aqueles que ‘desejam ter um pedaço de terra para produzir’.
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Além disso, condenou as invasões de terra classificando-as como ilegítimas e enfatizou que tais ações não devem ser apoiadas.
“Invasão de terras não é legítimo. Não é concebível apoiar invasão de terra. Da minha parte nunca o farei”, afirmou.
Sobre as críticas à presença do líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, na comitiva do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante viagem à China, em abril passado, o ministro disse se tratar de “preconceito”.
“Por que não pode um líder social ir lá também para buscar oportunidades em causas sociais? Por que não pode um sindicalista fazer parte da comitiva presidencial?” questionou os presentes.
Já o ministro do MDA, Paulo teixeira, foi enfático ao dizer que o governo federal não compactua e nem é leniente com as invasões de terra.
“Não há desse governo qualquer leniência com esse tipo de problema”, disse Teixeira.
De acordo com ele, a condição imposta pelo governo para que assentamentos sejam negociados é a liberação das áreas ocupadas.
Teixeira também salientou que o presidente Lula pretende anunciar, ainda em maio, um programa de reforma agrária, com ‘infraestrutura, crédito e assistência técnica’.
Percepções diferentes
Os parlamentares presentes manifestaram preocupação com a invasão de áreas produtivas. O senador Sergio Moro (UB-PR) criticou o governo federal por dar “sinais contraditórios” sobre o tema.
Além disso, afirmou que não se trata de demonizar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), mas que a invasão de propriedades não deve ser tolerada. Segundo ele, o presidente Lula não tem tomado uma posição clara sobre o assunto.
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“Ao mesmo tempo que se faz invasão de terra aqui no país, o presidente leva o líder do MST numa viagem internacional”, disse Moro.
Já o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) comparou as invasões de terra promovidas pelo MST aos atos golpistas de 8 de janeiro e pediu uma ação enérgica do governo federal para coibir a prática.
“Precisa de uma ação enérgica e que o presidente da República fale”, defendeu.