A Embrapa desenvolveu uma tecnologia inovadora capaz de reduzir os efeitos da seca nas plantas, com o objetivo de aumentar a produtividade e a resistência dos cultivos aos períodos de estiagem.
O bioinsumo Auras é inspirado em plantas do Semiárido brasileiro que se associam a microrganismos para tolerar o estresse hídrico.
Tecnologia reduz efeito da seca nas plantas
Resultado de mais de 12 anos de pesquisa, o bioinsumo produzido a partir da bactéria Bacillus aryabhattai, presente nos solos da Caatinga, é capaz de reduzir os efeitos causados pelas estiagens prolongadas, minimizando riscos e melhorando o potencial das lavouras.
“Esses microrganismos são capazes de hidratar as raízes e atuam na fisiologia dos vegetais, fazendo com que respondam melhor à escassez de água”, diz o pesquisador Itamar Soares de Melo, líder da pesquisa.
De acordo com ele, as bactérias tolerantes à seca, ao colonizar o sistema radicular das plantas, produzem substâncias que hidratam as raízes.
A tecnologia estimula a produção de um sistema radicular mais ativo e profundo, proporcionando maior absorção de água.
Com o uso do bioinsumo, o aproveitamento da água e sua absorção são maximizados, possibilitando à planta um melhor controle da temperatura foliar e, consequentemente, uma redução do estresse térmico, em comparação com as lavouras que não utilizam a solução.
“O uso da tecnologia permitiu que as plantas inoculadas sentissem o efeito da estiagem dias mais tarde que as plantas sem a tecnologia, contribuindo para o sólido desenvolvimento dos cultivos em que a solução foi aplicada”, salienta.
O Auras, primeiro produto comercial destinado a diminuir os efeitos causados pelo estresse hídrico nas plantas, será demonstrado na Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 2023), que ocorre de 16 a 20 de maio em Palmas.