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Castanha de babaçu pode substituir derivados de leite na alimentação

Embrapa desenvolveu análogo a queijo e bebida a partir da amêndoa.

Por Bruno Goulart
Publicado em 11/04/2023 às 19:46
queijo

Queijo desenvolvido a partir da castanha de babaçu apresenta sabor e aroma semelhantes a produtos lácteos fermentados. Foto: Embrapa

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A castanha de babaçu pode ser uma alternativa para quem é intolerante a derivados de leite ou não deseja consumir lácteos tradicionais. Além disso, ela tem se tornado a principal matéria-prima para um queijo e bebida desenvolvidos pela Embrapa.

Esses produtos à base de plantas, além de serem uma opção para quem não consome derivados de leite, representam, também, novas opções de geração de renda para as organizações comunitárias de quebradeiras de coco do Maranhão, que já fabricam sorvetes, biscoitos e outros itens.

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Cientistas brasileiros desenvolveram uma embalagem inteligente que muda de cor à medida que o alimento se degrada. O projeto foi conduzido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), em colaboração com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Universidade de Illinois, em Chicago (EUA). A base da inovação são pigmentos naturais extraídos do repolho roxo. Embalagem inteligente A técnica utilizada, chamada de fiação por sopro em solução, permitiu a produção de mantas compostas por nanofibras com propriedades sensíveis à deterioração dos alimentos. Essa embalagem interativa reage quimicamente às substâncias emitidas pelo alimento em decomposição, alterando sua cor em tempo real. Em testes com filé de merluza, a manta apresentou excelente desempenho, mudando de roxo para azul conforme o peixe perdia a qualidade. Nos primeiros estágios, a embalagem mantinha a coloração roxa, indicando um produto ainda fresco. Após um dia, essa tonalidade começou a desbotar. Em 48 horas, surgiram tons azul-acinzentados, e, ao final de 72 horas, o azul predominante apontava para a deterioração completa do peixe, tudo isso sem a necessidade de abrir a embalagem. Segundo os especialistas da Embrapa, essas mantas de nanofibras funcionam como sensores visuais, capazes de indicar, com precisão, o frescor de peixes e frutos do mar. No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda é preciso ampliar os testes para outras espécies e produtos alimentícios.  Eletrofiação A técnica de fiação por sopro em solução (SBS, do inglês Solution Blow Spinning), empregada no estudo, surgiu em 2009 a partir de uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Embrapa Instrumentação e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Diferentemente da eletrofiação, que é mais demorada, cara e limitada em termos de produção, a SBS forma nanofibras em até duas horas sem necessidade de altas voltagens. As nanofibras geradas têm dimensão inferior a um milésimo de milímetro e podem compor materiais semelhantes a tecidos. A pesquisa, supervisionada pelo cientista Luiz Henrique Capparelli Mattoso, também contou com participação da Universidade de Illinois. Durante o desenvolvimento, foram utilizados pigmentos conhecidos como antocianinas, substâncias naturais encontradas em vegetais, flores e frutas que apresentam cores variadas e reagem às mudanças de pH. Extraídas de resíduos de repolho roxo, as antocianinas demonstraram ser ótimos indicadores de deterioração. No total, mais de dez pigmentos vegetais foram testados. Ao serem integradas ao polímero biodegradável policaprolactona, as antocianinas mostraram excelente capacidade de detectar alterações químicas associadas à degradação do peixe. O pesquisador Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, responsável pelo desenvolvimento da manta em seu pós-doutorado, destaca o potencial de ampliar o uso dessa tecnologia para outras embalagens alimentares. Segundo ele, embora haja registros de estudos com antocianinas em materiais inteligentes, seu uso em nanofibras ainda é pouco explorado.

Tecnologia brasileira cria embalagem inteligente que muda de cor ao detectar alimento estragado

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

castanha de babaçu
Produtos à base do babaçu podem substituir derivados de leite e representam novas opções de geração de renda para as quebradeiras de coco do Maranhão. Foto: Embrapa

De acordo com Guilhermina Cayres, pesquisadora da Embrapa Cocais (MA) e líder do projeto, alimentos produzidos a partir da biodiversidade brasileira têm um grande potencial para atender nichos de mercados que valorizam produtos com essas características.

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Por exemplo, alimentos à base de babaçu fabricados por quebradeiras de coco são uma oportunidade de inovação na cadeia de valor do babaçu, agregando saberes tradicionais e conhecimentos técnico-científicos, gerando negócios e promovendo o empreendedorismo de organizações comunitárias em torno de uma espécie da sociobiodiversidade que é o babaçu. Tanto a bebida vegetal tipo leite quanto o análogo de queijo são produtos que representam essas oportunidades.

Pesquisa desenvolveu bebida e queijo produzidos com castanha de babaçu

leite de babaçu
“Leite de babaçu” é uma opção para os intolerantes a lactose. Foto: Embrapa

Selene Benevides, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical (CE), desenvolveu um queijo produzido a partir da castanha de babaçu e caracterizou o projeto como de inovação social.

Segundo ela, o objetivo é contribuir com o desenvolvimento das atividades realizadas nas comunidades de quebradeiras de coco, que sobrevivem do extrativismo vegetal. Ela ressalta que, no Maranhão, essas comunidades já produzem alguns alimentos à base de babaçu.

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O queijo desenvolvido apresenta sabor e aroma semelhantes a produtos lácteos fermentados. De acordo com Benevides, o babaçu é naturalmente adocicado, por isso a fabricação envolve um processo de fermentação que reduz o dulçor, aumenta a acidez e confere sabor e aroma semelhantes a queijos tradicionais.

Além disso, como o coco é rico em lipídios e pobre em proteínas, foi necessário adicionar uma fonte proteica a partir da soja. Com isso, o resultado foi um alimento que apresenta teores de proteína semelhantes a de um queijo fresco.

A bebida, por sua vez, é um extrato obtido da trituração de amêndoas de coco babaçu em água na proporção de 1 kg de amêndoas para 3 kg de água, e contém ingredientes adicionais para melhorar a estabilidade e o sabor.

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Após o processo de pasteurização, a bebida está pronta para o consumo e deve ser armazenada em temperatura de refrigeração, podendo ser consumida em até 15 dias, prazo de validade semelhante ao de outras bebidas vegetais pasteurizadas.

Índice de aceitação dos produtos

Os dois produtos tiveram um bom desempenho em testes sensoriais e de intenção de compra, como indicado pelos resultados. O queijo obteve uma pontuação de aceitação de 7 na escala de 1 a 9 e uma pontuação de intenção de compra de 4 na escala de 1 a 5.

Enquanto isso, a bebida apresentou uma pontuação de aceitação de 6,4 na escala de 1 a 9 e uma pontuação de intenção de compra de 3,5 na escala de 1 a 5. Além disso, outro aspecto relevante a ser destacado é o rendimento da bebida, que permite a produção de três litros por quilo de amêndoa, o que é altamente vantajoso para a indústria.

Tags: bebidacastanha de babaçuderivados de leitequeijo

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