Pesquisadores desenvolveram cultivar de amora-preta BRS Ticuna, que é uma ótima opção para o mercado de frutas na produção de geleias e sucos. O tamanho do fruto é atrativo aos olhos, que aliado à acidez acentuada, o que diminui a necessidade de aditivos e faz com que seja alternativa para fins industriais.
Um hectare pode render até 20 toneladas de frutas, sendo uma das cultivares mais produtivas, superior ao material de referência, a amoreira BRS Tupy.
Nova cultivar de amora-preta
A BRS Ticuna é uma cultivar de amoreira-preta (blackberry) desenvolvida por hibridação controlada, altamente produtiva e testada nos mais variados ambientes e sistemas de cultivo. Foi testada principalmente nos estados da Região Sul do País, o que não significa que não tenha adaptação a outras regiões.
Desde 2018, ela vem sendo avaliada pela pesquisa nos Campos de Cima da Serra, numa parceria entre a Estação Experimental de Vacaria (RS), a Embrapa Uva e Vinho e a Embrapa Clima Temperado, em Pelotas (RS). O material foi apresentado há um ano aos produtores, para que conhecessem a nova cultivar e tivessem acesso ao material com os parceiros já licenciados para produção de mudas.
De acordo com a pesquisadora Maria do Carmo Bassols Raseira, coordenadora do projeto, a cultivar tem plantas de porte ereto, frutas grandes e colheita mais tardia que a cultivar Brazos. Sua acidez mais elevada limita a aceitação para consumo in natura e a direciona para a indústria.
O fato de as frutas não serem comercializadas in natura com facilidade pode desestimular o produtor a plantá-la.
Entretanto, ela produz entre 20% a 30% a mais que as outras variedades BRS Tupi, BRS Caiguangue e BRS Guarani e tantas outras que se tem no mercado, segundo o fruticultor Roque Casset.
Sanidade da cultivar
Além da produtividade superior, a menor necessidade de tratamentos fitossanitários nessa cultura é capaz de compensar economicamente o fruticultor proporcionando melhor retorno.
Como a maioria das cultivares de amora-preta, a BRS Ticuna, é bastante rústica, sendo necessário o controle de ferrugem e cuidados com a mosca-das-frutas (Drosophila suzukii). A cientista relata que a cultivar é considerada resistente a doenças.
A BRS Ticuna é mais produtiva, produz frutas mais firmes e apresenta menor reversão de cor das frutas após a colheita do que a cultivar Brazos, bastante antiga e introduzida do estado norte-americano do Texas. Há a possibilidade de cultivo no sistema orgânico.
O preço médio pago ao produtor varia em função da época de produção e da forma de comercialização. A indústria, dependendo da região do Brasil, paga ao produtor entre R$ 4,50 e R$ 6 por quilo. Se a fruta for congelada esse valor varia entre R$ 8 e R$ 15; contudo, em áreas próximas a grandes centros consumidores, o valor pode chegar a até R$ 20 por quilo de amora produzido.
Lançamento
Essa novidade da pesquisa agropecuária está sendo lançada entre 6 a 10 de novembro de 2023, durante a programação do 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura, que acontece em Pelotas (RS).
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