A produção de feijão brasileira deve se manter em torno de 3 milhões de toneladas, mesmo registrando a menor área plantada na série histórica, que deve ser de 2,7 milhões de hectares na safra 2022/2023. Com relação à safra anterior, que foi de 2,8 milhões de hectares, a queda é de 4,1%.
O resultado é explicado pelas melhores produtividades das lavouras do país, por conta da tecnologia e das boas condições climáticas, durante o desenvolvimento da 2ª safra da cultura. Os dados são da edição de maio do Boletim AgroConab, divulgado nesta quarta-feira (24/5) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A produtividade nesta safra deve ficar em cerca de 1.123 kg/hectare, alta de 7,4% comparada ao ciclo 2021/22, quando o rendimento das lavouras foi de 1.046 kg/hectare.
Perda da área plantada de feijão
Nos últimos 12 anos, o feijão perdeu cerca de 1,2 milhão de hectares em razão da menor rentabilidade na comparação com as culturas que competem por área. O maior recuo foi no Nordeste, onde foi registrada uma queda de cerca de 33% na região.
O incentivo à produção da leguminosa também pode contribuir para um maior consumo de feijão pelos brasileiros, uma vez que os preços tendem a cair com a maior oferta.
Novas cultivares
Além das condições climáticas e do melhor manejo nas lavouras pelos produtores, a pesquisa de novos tipos de sementes tem influenciado nas produtividades da cultura. Os investimentos em tecnologia desenvolvendo cultivares mais produtivas e de escurecimento lento, garante uma produção que atenda demanda no mercado interno, ao mesmo tempo em que facilita a armazenagem do produto.
Produção de feijão brasileira na safra 2022/23
Colheita da primeira safra está praticamente finalizada em todo o país. Em alguns estados produtores já há inicio de colheita da segunda safra, tais como Paraná e Santa Catarina. No Sul do país, a colheita da 2ª safra já se iniciou, porém ainda de modo tímido, e deverá se intensificar nas próximas semanas.
O Brasil é o único país que tem três safras de feijão anuais. Para garantir o abastecimento, o feijão é cultivado nesses três momentos durante o ano, a depender da região do plantio e das características climáticas dela.
A primeira safra, também conhecida como safra das águas, entre outubro e dezembro; a segunda safra ou safra da seca de janeiro a julho; e a terceira safra, conhecida como safra de inverno ou irrigada, de maio a outubro.
Mercado brasileiro de feijão
Com o cenário, o mercado espera bons volumes de feijão na 2ª safra, o que provoca restrição da alta dos preços, com as cotações ficando em patamares mais baixos.
A oferta da leguminosa ajustada ao consumo brasileiro tem impactado nos preços do grão no mercado. Mas, os custos elevados somado ao alto risco de plantio e de comercialização, além da menor rentabilidade quando comparada a outros produtos como soja e milho, têm influenciado na área cultivada.
“Nós temos que garantir a rentabilidade àqueles que querem produzir alimentos. Incentivar a produção por meio das diversas ferramentas que já existem para que não falte um produto como o feijão, consumido por todo brasileiro. Assim asseguramos comida de qualidade no prato do brasileiro e suporte ao produtor”, reforça o presidente da Conab, Edegar Pretto.
A balança comercial é reduzida na comparação com o tamanho do setor. Para a temporada 2022/2023, a projeção é de estabilidade nas exportações e importações.
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