O preço da uva industrial sofrerá um reajuste de 20,61% a partir do dia 1º de janeiro até 31 de dezembro de 2023. Desta forma, o preço mínimo da fruta passa a ser de R$ 1,58 por quilo nos estados das Regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
O novo valor foi fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), conforme proposta enviada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A publicação foi feita no Diário Oficial da União (DOU) na última sexta-feira (2).
De acordo com o Mapa, o aumento é influenciado especialmente pelo custos de produção e outros investimentos na cultura, como mão de obra, fertilizantes, agrotóxicos e embalagens.
Com o reajuste, segundo o ministério, o viticultor consegue cobrir, ao menos, as despesas caso haja crise de preço no mercado, contribuindo para que seja assegurada uma remuneração mínima aos produtores.
Preço da uva industrial sofre interferência internacional
A análise da situação do mercado na indústria do vinho apresenta vários desafios. Entre eles, a incerteza do desfecho da Guerra do Mar Negro neste ano e o mercado desfavorável aos derivados de uva, por causa da possibilidade de alta da inflação e recessão econômica. Por outro lado, uma taxa de câmbio ainda competitiva pode ter um impacto positivo nas exportações de vinho.
De acordo com a Conab, o Brasil tem registrado queda nas importações de vinho. Entre 2020 e 2021 a redução foi de 8,5% em volume, equiparando aos números de 2015. Já em relação as exportações, houve crescimento de cerca de 73% em volume no mesmo período, levando em consideração o ano de 2019.
Atualmente, os principais importadores de vinho são a Argentina, Uruguai e Chile, com participação média de 10,0% para cada país. Em relação as vendas externas, a China figura como principal destino dos vinhos brasileiros, correspondendo a cerca de 90% do total do produto vendido no mesmo período.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção vitícola no Brasil está concentrada, especialmente, no Rio Grande do Sul, onde a participação do cultivo para fins industriais chega a mais de 80%. Entretanto, houve expansão da produção para outras localidades na última década.