Foi anunciado pela Comissão Europeia (CE), esta semana, uma proposta que visa reduzir em 50% o uso de pesticidas químicos até 2023. De acordo com a afirmativa do órgão executivo da União Europeia, não há a pretensão de proibir totalmente o uso, apenas diminuir.
Ainda de acordo com o órgão, a União busca formas de avançar as suas estratégias “Farm to Work” que tem como objetivo tornar os seus sistemas alimentares mais saudáveis, ecológicos e sustentáveis.
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Segundo o comissário responsável pelo marco do Green Deal do bloco, Mas Frans Timmermans, até o ano de 2030, deve haver a substituição de metade dos pesticidas químicos por outras alternativas, tais como a prática de rotação de culturas e agricultura de precisão.
O comissário completou dizendo que a proibição total do uso desses defensivos só acontecerá em regiões próximas de áreas sensíveis, como escolas, hospitais, parques e playgrounds.
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O responsável disse ainda que os estados que compõem a União Europeia teriam que apresentar relatórios regulares a respeito do seu progresso no novo regime de redução de agroquímicos.
É claro que assim como qualquer outra mudança, esse processo de transição irá gerar custos. Sobre isso a CE garante que estarão à disposição dos países diversos fundos de investimento europeus nos próximos cinco anos.
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Proposta não agrada a todos
A proposta não agradou a todos e, com certeza, não foi aceita com unanimidade por todos os governos europeus. Alguns governantes estão se opondo às novas medidas.
Na opinião de Hobert Drfmann, eurodeputado italiano, a proposta vem em um momento totalmente inadequado, uma vez que a comida está sendo de suma necessidade na Europa, além do atual debate sobre segurança alimentar.
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A Copa Cogeca, maior sindicato europeu de agricultores, emitiu um comunicado onde se posicionou a favor da redução do uso de pesticidas químicos, todavia não a qualquer custo.
Em seu manifesto, o sindicato diz ainda que apoia o objetivo global, mas que focar em regras rígidas, sem ter alternativas eficazes o suficiente, não é uma forma eficiente de resolver o problema.
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Os planos da CE incluem também uma meta obrigatória de recuperação, em 20%, dos ecossistemas defasados até 2030, com a intenção de devolver a natureza a todas as áreas, incluindo florestas, terras agrícolas e áreas urbanas.
Um dos principais objetivos do plano é reverter a considerável baixa de polinizadores. Os planos precisarão da aprovação do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu antes de se tornarem lei.