Uma boa notícia para os amantes do ouro do cerrado: três variedades de pequi sem espinhos de três com serão lançadas em novembro de 2022. O lançamento ocorre após o registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que aconteceu em abril.
O trabalho de 25 anos é fruto de uma parceria entre a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
“Esse lançamento, que é resultado de mais de duas décadas de pesquisas públicas, está alinhado com a missão da Emater, de entregar resultados acessíveis e de valor ao agricultor familiar, além de atender às demandas da sociedade.”, disse o presidente da Emater, Pedro Leonardo Rezende.
As pesquisas que resultaram nos frutos foram conduzidas pelos pesquisadores Elainy Botelho e Ailton Pereira na Estação Experimental Nativas do Cerrado, na sede da Emater, em Goiânia, e Sidney Cunha Andere, na Estação Experimental de Anápolis.
Pequi sem espinhos chega ao mercado goiano
São três variedades sem espinhos e três com espinhos, próprias para atender tanto o comércio, com o chamado pequi de mesa, que possui caroços menores; quanto a indústria, com caroços maiores e polpa mais carnuda para a extração. Cinco mil mudas já estão sendo preparadas para novembro.
“Buscamos nos acercar de meios seguros para garantir a distribuição de um material de excelente qualidade e que alcance de forma democrática os produtores goianos de todas as regiões do Estado e, consequentemente, os consumidores finais”, comenta Rezende.
De acordo com a Emater, 1.200 mudas serão disponibilizadas aos viveiristas e outras 1.200 para agricultores familiares. Por causa das características de reprodução, a venda será feita com lotes de seis cultivares e cada muda custará R$ 30. Agricultores poderão comprar até dois lotes e viveiristas até 10.
Conforme aponta o pesquisador Ailton Pereira, as mudas enxertadas serão fornecidas a viveiristas credenciados no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), para que assim eles possam multiplicar o produto para atender à demanda dos produtores.
As cultivares restantes serão destinadas à reposição do banco de germoplasma da Agência goiana em Goiânia e Anápolis, além de duas extensões que serão criadas no município de Porangatu e na Embrapa Cerrados. Além disso, a Emater se concentra na criação de um jardim clonal, onde ficarão as matrizes das novas variedades de pequi.
Pesquisas
As pesquisas de clonagem começaram com a propagação de mudas por por sementes, estaquia e enxertia. A ideia se desenvolveu por causa da demanda de produtores por pequizeiros mais rentáveis, e da sociedade, por frutos mais saborosos e carnudos.
Para o desenvolvimento, a Emater e a Embrapa visitaram propriedades que cultivaram os pequizeiros para tirar a raça da planta. Durante esse processo, os pesquisadores encontraram na natureza o pequi sem espinhos.
“Como nós já havíamos desenvolvido a técnica de clonagem e enxertia, fizemos vinte clones desse pequizeiro sem espinhos. Plantamos as mudas no nosso banco de germoplasma e avaliamos durante todos esses anos. Agora já estamos chegando ao final desta etapa, com a disponibilização desse material para nossos agricultores”, explica Elainy Botelho.
Segundo o diretor de Pesquisa Agropecuária da Emater, João Asmar Júnior, agora, o objetivo é disseminar as seis variedades de pequi, aquecendo o mercado com o novo fruto. “Queremos aquecer esse mercado com uma planta nativa do nosso Cerrado e culturalmente importante para Goiás, levando as mudas para o que o produtor possa fazer reflorestamento, recompor sua área e para plantios comerciais”, explica.
*Com informações da Emater