As exportações do agronegócio chegaram a US$ 10,23 bilhões em janeiro de 2023, alta de 16,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. É a primeira vez que o valor ultrapassa os US$ 10 bilhões para o primeiro mês do ano.
As vendas externas do setor representaram 44,4% do valor total embarcado pelo Brasil. Os dados são da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O valor recorde aconteceu por conta da elevação dos preços médios de exportação (+10,5%) e da quantidade embarcada (+5,5%).
Produtos de exportação do agro
Os produtos que mais se destacaram no período foram o milho, as carnes (bovina, suína e de frango) e o açúcar.
Milho
O milho, que é o principal produto de exportação do setor de cereais, farinhas e preparações, foi responsável por US$ 1,8 bilhão: alta de 166,4% na comparação com janeiro anterior. O volume exportado também foi recorde para os meses de janeiro, com 6,2 milhões de toneladas.
O cenário é reflexo do ritmo lento da colheita de soja, que viabilizou a logística de transporte para o cereal; a continuidade do conflito na Ucrânia, que reduziu a produção de um importante fornecedor mundial de milho, e a demanda da China, a partir da autorização para comercialização em novembro do ano passado.
Carnes
As vendas externas de carnes atingiram quase US$ 2 bilhões, também recorde para os meses de janeiro. A carne bovina correspondeu a US$ 848 milhões e o volume exportado foi de 182 mil toneladas.
A China continua como a maior importadora da proteína, 57% do valor exportado (US$ 483 milhões). Outros importantes mercados foram Estados Unidos, União Europeia, Chile, Hong Kong e Egito.
A carne de frango também obteve desempenho favorável com volume recorde e alto preço médio de exportação: US$ 839 milhões e 409 mil toneladas. Os principais destinos foram China, Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
A oferta de carne de frango no mundo foi afetada pela incidência de gripe aviária em grandes regiões produtoras. Este fato possibilitou o forte aumento da quantidade exportada pelo Brasil e influenciou a formação do preço internacional da proteína.
Já a carne suína somou US$ 210 milhões, em janeiro deste ano, valor também recorde para os meses de janeiro. A China comprou mais da metade desse valor.
A forte demanda chinesa por proteína animal foi determinada pelo período de celebração do Ano Novo Lunar chinês, que se iniciou no fim de janeiro.
Açúcar
As vendas externas de açúcar totalizaram US$ 870 milhões, alta de 68%. Os destaques foram os seguintes mercados: Argélia, Nigéria, Marrocos, Egito e China.
Soja
O complexo soja (grãos, farelo e óleo) exportou US$ 1,5 bilhão, recuo de 26,6%. O setor foi influenciado pela baixa disponibilidade de soja em virtude do ritmo lento da colheita, devido ao volume de chuvas.
Mesmo assim, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção recorde de 152,9 milhões de toneladas do grão, no último levantamento divulgado neste mês de fevereiro.
O volume exportado de soja em grãos ficou em 840 mil toneladas (-66%). Desse total, a China adquiriu 61% ou 509 mil toneladas. Rússia, Tailândia e Vietnã também foram grandes importadores da soja brasileira.
O farelo de soja somou US$ 765 milhões exportados e o óleo de soja, US$ 267 milhões. Ambos resultados recordes para janeiro.
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Importações
As importações do agronegócio registraram US$ 1,54 bilhão, em janeiro deste ano, elevação de 38,3% na comparação com janeiro de 2022 (US$ 1,12 bilhão). O valor não compreende insumos utilizados na produção agropecuária, como fertilizantes, defensivos, peças e equipamentos.