Cerca de 180 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram, na terça-feira (25/7), uma terra de aproximadamente 500 hectares, em Caruaru, no agreste pernambucano.
Essa é a segunda invasão na região. A primeira aconteceu em abril, na fazenda Santa Terezinha, que agora é conhecida como Acampamento Jean Carlos.
MST invade terras em Pernambuco
Segundo o MST, o latifúndio conhecido como Fazenda Bonanza, é uma terra improdutiva. Desta forma, a ação tem como objetivo reivindicar a fazenda para a Reforma Agrária Popular, uma vez que, segundo eles, a propriedade não está cumprindo sua função social.
Além disso, o movimento alega que a ocupação pode auxiliar no combate a fome e também para gerar empregos e renda no país.
Invasão de fazenda em Pernambuco ocorre 24 horas após outra ser tomada em Goiás
Na última segunda-feira (24), 600 famílias do MST ocuparam a Fazenda São Lukas, em Hidrolândia, alegando que a propriedade pertencia anteriormente a um grupo criminoso que foi investigado pela Polícia Federal e condenado em 2009 por envolvimento em crimes relacionados à exploração sexual e tráfico internacional de pessoas.
O MST informa que a ação tem o propósito de alertar o governo federal sobre a situação da propriedade, que está sob posse da União desde 2016. As famílias reivindicam que a fazenda seja destinada à criação de um novo assentamento.
“Acreditamos que a terra não pode ser usada para a exploração. Seja a humana – como os crimes sexuais, de trabalho análogo à escravidão e outros – ou aquelas explorações que destroem a terra por meio do uso de agrotóxicos, do monocultivo, do uso intensivo de água, da apropriação dos bens comuns da natureza”, diz o MST.
Ronaldo Caiado disse que “não há o que fazer” sobre a invasão em Goiás
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), disse que “não há o que fazer” sobre a invasão da fazenda São Lukas, em Hidrolândia, pois se trata de uma área pertencente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do governo federal.
O mandatário goiano afirmou ainda que recebeu com surpresa a autorização de ocupação da terra por parte do Incra.
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Vale destacar que, em março, essa mesma terra sofreu uma tentativa de invasão, mas foram desocupadas pelas forças de segurança goianas.
Além disso, Caiado criticou a invasão autorizada pelo Incra alegando que ações como essas não resolvem o problema.
“Invasões como essa autorizada pelo Incra e o governo federal não resolvem o problema, não asseguram renda digna às famílias que lá estão. Servem muito mais para fomentar a desordem“, afirmou.
O governador ressaltou que “áreas públicas e particulares do estado de Goiás” não serão invadidas e que a reforma agrária deve ser feita dentro da lei, com planejamento que permita às famílias assentadas produzirem com qualidade.