O consumo de carne bovina chegou ao menor nível desde 2004 no Brasil, reflexo dos preços mais caros das proteínas nos últimos anos, que alterou o perfil de compra da alimentação dos brasileiros.
Em 2022, o consumo de carne bovina atingiu 24,2 quilogramas (kg) por habitante, o menor nível em 18 anos, sendo o quarto ano seguido de queda no consumo por habitante (per capita), segundo relatório divulgado pela Consultoria Agro do Banco Itaú BBA.
Carne bovina: vendas e consumo
O consumo brasileiro caiu mesmo com a produção de carne bovina tendo subido 6,5% no ano passado. Em 2022, foram abatidas 29,8 milhões de cabeças, crescimento de 7,5% em relação a 2021, mas o peso médio menor das carcaças fez a produção de carne aumentar em ritmo mais lento.
Mas, a alta da produção não se refletiu em preços mais baixos ao consumidor, pois o excedente foi exportado.
Foram produzidas 7,9 milhões de toneladas de carne bovina em 2022, sendo que 65% (5,2 milhões de toneladas) foram para o mercado interno e 35% (2,85 milhões de toneladas) foram exportadas, com crescimento das vendas externas em 23,8% com relação a 2021.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a carne está mais cara desde 2020, quando o preço médio subiu 18%, impulsionado pelas compras da China. A alta desacelerou para 7% em 2021 e 1,84% em 2022.
Produção de carne bovina
O relatório prevê em 2023, aumento na produção de carnes e na demanda por exportações, mas não faz projeções sobre o consumo, o que está em linha com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em seu relatório Quadro de Suprimentos de Carnes, divulgado em fevereiro, a disponibilidade per capita de carne bovina no Brasil foi de 25,9 kg por habitante no ano passado, o menor nível desde o início da série histórica, em 1996.
Indicador que não mede o consumo, mas a oferta de carne no mercado interno dividido pela população.
Para 2023, a Conab projeta disponibilidade per capita de 26,3 kg, alta de 1,8% em relação ao ano passado.
A produção de carne bovina, pelas estimativas, subirá de 8,49 milhões para 8,75 milhões de toneladas (+3%), com as exportações aumentando 4%, de 3,02 milhões para 3,14 milhões de toneladas.
*Com informações da Agência Brasil