O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou um novo foco de uma praga que atinge o cultivo do cacau e cupuaçu. A Moniliophthora rorer, conhecida como Monilíase do Cacaueiro, foi detectada em comunidades rurais ribeirinhas no Amazonas, na região da tríplice fronteira entre o Brasil, Colômbia e Peru.
Uma equipe de técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a suspeita de ocorrência da praga durante monitoramento realizado com o apoio do Serviço de Defesa Agropecuária e Florestal (Adaf) do Amazonas, e foi confirmado por análise Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA/GO).
Com a detecção do foco, o Mapa deve adotar medidas de contingência em conjunto com outras instituições oficiais de Sanidade Vegetal e de pesquisa, com objetivo de evitar a disseminação da praga.
De acordo com a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane de Castro, os monitoramentos permitem a identificação precoce de eventual ocorrência de pragas exóticas no país.

Praga que atinge cultivo de cacau e cupuaçu
A Monilíase é uma doença devastadora que afeta plantas do gênero cacau como Theobroma, como o cacau e o cupuaçu, resultando em perda de produção e aumento de custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para eliminar pragas.
A praga já foi detectada no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. Segundo a coordenadora, a “região da Tríplice Fronteira Norte já era considerada como área de risco de introdução de Moniliophthora roreri no Brasil e vinha sendo monitorada rotineiramente ao longo dos últimos anos”.

Foco da monilíase no Brasil
Em julho de 2021, o primeiro foco da praga no Brasil foi detectado em um assentamento urbano na cidade de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. Atualmente, o estado realiza uma operação permanente de controle com vistas à sua erradicação.
Em agosto de 2022, o Ministério prorrogou por um ano a vigência da emergência fitossanitária relacionada ao risco iminente de introdução da praga quarentenária inexistente Moniliophthora roreri nos estados do Acre, Amazonas e Rondônia.
Devido aos danos que pode causar nas culturas que afeta, é fundamental comunicar imediatamente qualquer suspeita de ocorrência da praga à autoridade fitossanitária local. O Ministério da Agricultura pretende erradicar a praga o mais rápido possível enquanto ainda estiver em uma zona restrita do país.
Segundo o Mapa, a doença afeta apenas a planta hospedeira do fungo e não oferece risco de danos à saúde humana.