Fazer a conservação do solo é preservar o bem mais precioso da agricultura, pois sem a sua fertilidade não se produz alimentos e matérias-primas para milhares de produtos. O Dia da Conservação do Solo, comemorado em 15 de abril, ressalta a importância de promover a sustentabilidade dos sistemas agrícolas e naturais, por meio de técnicas de proteção.
O solo possui partículas sólidas e espaços preenchidos em proporções diferentes por ar ou água. Com o impacto das gotas de chuva, essa estrutura vai sendo perdida e o solo começa a se degradar, reduzindo a capacidade de fornecer nutrientes para as plantas.
As lavouras do Brasil perdem cerca de 500 milhões de toneladas de solo por ano, levando mais de 8 milhões de toneladas de nitrogênio, fósforo e potássio, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS). Desperdício que para ser reposto ao produzir alimentos, se gasta muito dinheiro para o produtor e, consequentemente para o consumidor.
Por isso, especialistas desenvolveram ao longo dos anos, técnicas que promovem o uso sustentável do solo, a fim de evitar que chuvas, ventos fortes, práticas agrícolas inadequadas, seca e excesso de insumos contribuam para a erosão.
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Técnicas de conservação de solo
Resultados de pesquisas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) comprovam que, as técnicas de conservação do solo permitem recuperar e manter a fertilidade desse recurso natural.
A agricultura conservacionista inclui tecnologias e métodos de manejo adequado do solo, adubação controlada, plantio direto, cultivo de gramíneas e leguminosas para a proteção do solo e fixação biológica de nitrogênio e a rotação e consórcio de cultivos agrícolas.
A conservação do solo em sistemas agrícolas nada mais é que usar técnicas para manter o solo coberto. Conheça algumas delas:
Preservação da vegetação nativa
O Brasil é um exemplo de produção aliada à preservação. Por lei, toda área de produção deve manter uma parte de cobertura de vegetação nativa proporcional ao tamanho estabelecido; importante para estabilizar encostas e aumentar a infiltração de água no solo, evitando processos erosivos e contribuindo com o ciclo hidrológico nas bacias hidrográficas.
Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)
Sistemas de cultivo como de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) ou Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), integram em uma mesma área a produção de carnes, grãos, fibras, madeira, leite e energia. Além de conservar o solo, diversifica as culturas e garante bem-estar animal. São sistemas estimulados pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+) para a redução das emissões de gases do efeito estufa.
Sistema Plantio Direto
O plantio direto tem como base o cultivo com mínimo de revolvimento do solo, uso de rotação de culturas e cobertura permanente, sendo considerada uma das melhores formas de conservação. Esses princípios buscam aumentar a biodiversidade do solo e o teor de matéria orgânica, ou seja, a disponibilidade de nutrientes para as culturas.
Outras técnicas
O uso de controle biológico e sementes biotecnológicas, como os que utilizam vírus, bactérias, insetos, que são chamados de bioinsumos, proporcionam um efeito indireto na conservação, pois ajudam a diminuir a entrada de maquinário pesado nas áreas, evitando a compactação do solo, por exemplo.
A agricultura conservacionista proporciona ganhos econômicos e benefícios ambientais. A prática viabiliza a recuperação de solos degradados e permite o uso de uma mesma área por longos períodos, com aumento da produtividade agrícola, sendo uma tecnologia recomendada para a produção sustentável.
Conservação do Solo no Brasil
A primeira política de conservação dos solos no Brasil foi implantada no ano de 1949. Em 1987 foi instituído o Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas, ressaltando a importância da conservação do solo e da água nas políticas agrícolas.
A data de 15 de abril em comemoração ao Dia Nacional da Conservação do Solo, foi instituída pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em 13 de novembro de 1989, com a Lei nº 7.876, que visa promover a preservação e recuperação dos solos brasileiros e divulgar a importância dos solos para a manutenção da vida no planeta.
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