Segundo os dados do MapBiomas, o garimpo ilegal no Brasil cresceu 35 mil hectares em 2022, se comparado com o ano anterior.
Conforme o levantamento, a maior concentração do crescimento ocorreu principalmente na Amazônia.
Garimpo ilegal
O estudo apontou que quase metade (40,7%) da área garimpada na Amazônia nos últimos cinco anos, demonstra um interesse crescente nessa atividade, motivada principalmente pela procura do ouro, com 85,4% dos 263 mil hectares garimpados para a extração desse minério.
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O relatório também revelou a concentração do garimpo em áreas de proteção e restritas à atividade, como nos Parques Nacionais do Jamanxin, do Rio Novo e da Amazônia, no Pará; na Estação Ecológica Juami Jupurá, no Amazonas, e na Terra Indígena Yanomami (TI Yanomami), em Roraima.
O MapBiomas afirmou ainda que as três primeiras áreas são garimpadas há mais de 20 anos, mas as imagens de satélite revelam crescimento nos últimos 10 anos. Já a área garimpada na Esec Juami Jupurá tem menos de cinco anos e a TI Yanomani teve um aumento nos últimos 10 anos.
O coordenador técnico do mapeamento de mineração do MapBiomas, César Diniz, destaca que os dados do garimpo ilegal é alarmante.
“O tamanho desses garimpos sobressai nos mapas, sendo facilmente identificável até por leigos. Surpreende que ano após ano ainda subsistam. Sua existência e seu crescimento são evidências de apoio econômico e político à atividade, sem os quais não sobreviveriam, uma vez que estão em áreas onde o garimpo é proibido”
Áreas protegidas
Em relação as áreas protegidas em 2022, o crescimento foi de 190% maior do que há cinco anos, com aumento de 50 mil hectares. Além disso, neste ano, mais de 25 mil hectares em Terras indígenas e de 78 mil hectares em Unidades de Conservação estavam ocupados pela atividade.
Por sua vez, nas terras indígenas, 15,7 mil hectares foram ocupados pelos garimpeiros em 2022, no que representa um aumento de 265%, onde as terras mais invadidas pelo garimpo são a Kayapó (13,7 mil hectares), Munduruku (5,5 mil hectares), Yanomami (3,3 mil hectares), Tenharim do Igarapé Preto (1 mil hectares) e Sai-Cinza (377 hectares).
“Uma das consequências do garimpo é o assoreamento dos rios e a contaminação de suas águas. As imagens de satélite mostram que as bacias mais afetadas pela atividade garimpeira são Tapajós, Teles Pires, Jamanxim, Xingu e Amazonas. Essas cinco bacias representam 66% da área garimpada do país, sendo Tapajós 20% (54,8 mil hectares) e Teles Pires 18% (48,1 mil hectares)”, reforça o documento do MapBiomas.
Mineração industrial
O único que não registrou crescimento foi na área ocupada pela mineração industrial, que em 2022 ocupava os mesmo 180 mil hectares registrados em 2021. No ano passado, a área correspondia a 40% do total explorado pela atividade no Brasil, sendo 443 mil hectares.
O mapeamento ainda revelou os estados com maior área ocupada pela atividade industrial com 76% da área, correspondendo a 339 mil hectares, sendo: Pará, Mato Grosso e Minas Gerais. O município com maior área minerada no Brasil é Itaituba, no Pará, com 71 mil hectares, 16% da área minerada do país. Em seguida vêm Jacareacanga (PA) e Peixoto de Azevedo (MT), com 20 mil e 13 mil hectares.