Como forma de pôr fim à a dependência de fertilizantes estrangeiros na agricultura do estado, o Governo do Mato Grosso divulgou o Plano Estadual de Fertilizantes. O projeto foi apresentado durante o Seminário ABC+, que ocorreu na última quarta-feira (21/6), em Cuiabá.
O plano abrange uma série de medidas, incluindo incentivos para instalação de uma indústria local de fertilizantes, exploração de depósitos de fosfato, produção de fertilizantes nitrogenados e promoção de pesquisas sobre outras fontes de potássio, minerais, calcários e bioinsumos no estado.
Mato Grosso quer reduzir dependência de fertilizantes estrangeiros
Linacis Silva, superintendente de Agronegócios e Crédito da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), enfatizou o potencial de Mato Grosso para desenvolver a indústria de fertilizantes nitrogenados, com destaque para a produção de ureia, que pode ser favorecida por meio do gasoduto que liga Cuiabá à Bolívia.
A superintendente ainda ressaltou que o Mato Grosso, como o terceiro maior estado do Brasil, possui um potencial significativo para a descoberta de novas reservas de fosfato ou potássio por meio de estudos geológicos.
“Destaca-se o projeto em Mirassol D’Oeste, com uma reserva de 314 milhões de toneladas de fosfato, possibilitando a implantação de uma fábrica de fertilizantes fosfatados usando tecnologia nacional. Além disso, outras reservas de fosfatos minerais e calcários encontrados no estado podem suprir a produção agropecuária local”, comentou.
De acordo com o Governo do Mato Grosso, o Plano Estadual tem potencial para atrair investimentos para a instalação de indústrias de cadeias emergentes, como organominerais e bioinsumos no Estado.
A expectativa é que esses investimentos resultem em benefícios para a produção agropecuária, incluindo a redução dos custos de aquisição e logística, além de produtos de melhor qualidade, devido a redução no uso de defensivos químicos.
Sustentabilidade agroambiental
O Plano Estadual de Fertilizantes também prevê a criação de um Centro de Excelência, que terá como foco a sustentabilidade agroambiental e a eficiência agronômica.
A estrutura tem o propósito de apoiar e incentivar pesquisadores locais no desenvolvimento de novas tecnologias.
O objetivo é atender às demandas do mercado e dos produtores rurais, buscando otimizar a produção e o uso eficiente de fertilizantes, além de conduzir pesquisas para adaptar os fertilizantes às condições tropicais.
“Ao reduzir a dependência de importações, aproveitar os recursos locais e diminuir os custos de produção agrícola, o Estado poderá fortalecer sua economia e sociedade. Além disso, a melhoria da qualidade dos solos promoverá uma agricultura mais sustentável e produtiva”, finalizou Linacis Silva.