A introdução de “brinquedos” nas granjas onde os suínos são criados reduz os efeitos do confinamento intensivo e traz bem-estar aos animais. São investimentos feitos por pesquisadores, indústrias, produtores e organizações não governamentais.
Os brinquedos são chamados elementos colocados nas baias para permitir que esses animais expressem comportamentos naturais, iguais aos que eles teriam soltos na natureza, segundo estudo da Embrapa Suínos e Aves.
A produção mundial de carne suína aumentou quatro vezes nos últimos 50 anos e deve continuar crescendo até 2050, com o aumento da população e do consumo per capita em várias regiões do globo.
Essa demanda produtiva vai ser suprida com a superação de desafios como aperfeiçoar as boas práticas de produção para o bem-estar animal.
Proporcionar melhores condições de vida aos suínos é uma exigência do mercado, cada vez mais comum entre consumidores no mundo.
Mas, essas praticas também auxiliam na redução de custos, é que animais estressados e frustrados, em geral, diminuem a capacidade de transformar ração em carne e oferecem uma matéria-prima de pior qualidade.
Qualquer mudança que aumente o conforto do ambiente (diminuição no número de animais por baia ou a instalação de ventiladores) é vista como uma ação de enriquecimento ambiental.
Dentro desse termo, colocar objetos pendurados em algum ponto das instalações, como correntes na parede ou divisória de uma baia ou até pdaçosde madeira livres no chão, estimulam os suínos a desenvolverem comportamentos naturais, como fuçar, brincar e construir laços de grupo, quebrando uma monotonia e melhorando a produção.
Custo dos brinquedos para suínos
O pesquisador Osmar Dalla Costa, da Embrapa Suínos e Aves afirma que a introdução desses brinquedos perdas por problemas gerados pelo confinamento intensivo, como animais feridos por outros com mordidas.
Um estudo de 2016 feito na União Europeia mostrou que os custos associados a mordidas de cauda e orelhas atingiram 18,96 euros por animal agredido, o equivalente hoje a aproximadamente, 95 reais. Isso compromete em até 43% o lucro por animal afetado, que ainda tem ganho de peso diário reduzido entre 1% a 3%.
Experiências no Brasil ensinam que a introdução de brinquedos nas instalações não representa o maior investimento das propriedades.
O que mais custa é o investimento em tempo para gerenciar o esforço extra da manutenção dos elementos, o monitoramento mais próximo do comportamento dos suínos e o treinamento da equipe em boas práticas de produção com foco no bem-estar animal.